“Shows gospel em Aracaju têm custo semelhante ao de 30 artistas locais” aponta reportagem

Shows gospel no aniversário de Aracaju custam o equivalente a 30 artistas locais, aponta reportagem do portal Sergipense. Segundo a matéria, a prefeitura de Aracaju reservou um dia das comemorações do seu aniversário para atender exclusivamente ao público evangélico, sob a alegação equivocada de que a lei municipal 2919/2001 exigiria isso. Como resultado, artistas locais foram quase completamente deixados de fora da festa, sendo representados apenas no Coletivo Mulheres no Samba.

A reportagem destaca que Gabriela Rocha, uma das atrações confirmadas para a festa em Nossa Senhora da Glória, município do Sertão sergipano, contou com financiamento da prefeitura local no valor de R$105.000,00 - o que corresponde ao cachê pago a 14 artistas locais no Projeto Verão 2023. Outra atração gospel contratada para o aniversário, a banda Som e Louvor, recebeu R$90.000,00 para se apresentar na celebração do dia evangélico em Maceió, em novembro de 2022.

A matéria traz uma lista com os nomes de 30 artistas sergipanos e os valores dos cachês praticados no Projeto Verão 2023 e no FASC, eventos que serviram de base para o cálculo da comparação com os cachês das atrações gospel contratadas pela prefeitura de Aracaju. A disparidade entre os valores dos cachês é clara, e isso tem gerado críticas por parte da classe artística e da população em geral.

Além disso, a reportagem também destaca a questão da isonomia religiosa, já que a prefeitura de Aracaju teria privilegiado uma determinada religião em detrimento das demais, o que vai contra os princípios de laicidade do Estado e da igualdade de tratamento a todos os cidadãos, independente de sua religião ou crença.

Isso levanta importantes questionamentos sobre a forma como a prefeitura de Aracaju está tratando a cultura local e a questão da isonomia religiosa. É importante que as autoridades responsáveis pelo evento se posicionem diante dessas críticas e busquem soluções para garantir o respeito aos artistas locais e a igualdade de tratamento a todas as religiões.

Fonte: Portal Sergipense